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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Medo na infância

Pelo que me lembro, eu morria de medo de dormir sozinha quando era pequena. Corria para o quarto dos meus pais se acordasse de madrugada ou para cama da minha irmã. Mas do que eu tinha medo mesmo? Nem sei direito do que era - Cuca do Sítio do Pica Pau Amarelo, fantasma, monstro...

Esses medos parecem ser bem normais na infância. Mas até que ponto? Há quatro anos me fiz essa pergunta porque meu pequeno estava numa fase que não queria andar sozinho de um cômodo para outro de casa, e ter uma pessoa no quarto com ele, na hora de dormir, não era suficiente - tinha que estar na mesma cama. Agora, que eu já estava até esquecida dessa fase, começou tudo de novo com minha filha mais nova.

Resolvi pesquisar um pouco sobre o assunto. Qual seria o limite entre o medo saudável e aquele que faz a criança sofrer de verdade?

imagem: clipartbest.com
Dentre várias matérias que li a respeito, algumas falam do comportamento dos pais, que muitas vezes veem perigo em tudo o que rodeia a criança e, ao menor movimento, gritam "cuidado" (identifiquei meu marido nessa rs rs rs). Atitudes como essa podem indicar à criança que o mundo é um local inseguro e ameaçador.

Os medos mais comuns de acordo com cada idade, segundo os especialistas, são:
  • até 1 ano: fortes ruídos, estímulos intensos e tudo que é desconhecido por eles (como pessoas estranhas, o pediatra, por exemplo);
  • entre 2 e 4 anos: trovoadas, animais, escuro, pessoas mascaradas;
  • entre 4 e 6 anos: monstros imaginários, bruxas, fantasmas e separar-se dos pais;
  • entre 9 e 12 anos: prova na escola, professores, reprovações, ser diferente dos colegas, morte, separação dos pais, ladrões;
Segundo o pediatra Júlio Dickestein, o medo ativa os sinais de defesa e é uma importante etapa do amadurecimento afetivo dos bebês. Ele deu as seguintes dicas que podem ajudar a amenizar os medos comuns:
  • MEDO DO PEDIATRA: usar brinquedos na hora do exame pode ser ótimo aliado.
  • CRECHE E ESCOLA: O medo de separar-se dos pais por longos períodos gera muita insegurança. Para ajudar, uma dica é ser fiel ao horário na hora de ir buscar.
  • ESCURIDÃO: A imaginação dos pequenos rola solta no escuro. Sons e vultos podem ganhar dimensão e se transformar em figuras amedrontadoras nas cabecinhas. A dica é conversar com eles por algum tempo ainda no escuro. Deixar uma luz indireta também pode ajudar.

COMO LIDAR COM O MEDO INFANTIL:

O site mdemulher.abril.com.br dá algumas sugestões para ajudar a lidar com esse problema da criança. Selecionei algumas:
  1. Dar atenção, questionando e estimulando a criança a enfrentar o medo;
  2. Não gastar tempo demais falando sobre o assunto para evitar que a criança fique ainda mais ansiosa;
  3. Falar a verdade sobre os medos reais, por exemplo, escadas, piscinas, animais presos, mas sem aterrorizá-las;
  4. Observar as brincadeiras, que podem representar através de bonecos e brinquedos o sentimento de medo.

Bom, vou tentando essas dicas por aqui, mas, não sei se é impressão minha, estou achando nessa segunda vez os medos mais fortes - ou já sou eu que não tenho a mesma paciência de quatro anos atrás (será?).

Beijos,
Adri.





    sábado, 3 de setembro de 2016

    Filho, como foi seu dia?

    Essa frase é familiar para você? Para mim é corriqueira. Todos os dias, quando chego do trabalho, pergunto ao meu pequeno como foi seu dia na escola. Ele, por sua vez, não fala muita coisa, ou apenas diz: "foi legal". E muitas vezes acabo sabendo de certos acontecimentos (importantes ou não) pelo grupo das  mães no whatsapp.

    imagem: www.terapiadecrianca.com.br

    Por que danado esse menino não me conta os detalhes? Bom, provavelmente não achou nada tão interessante ao ponto de querer compartilhar. Mas, tirando a curiosidade típica de mulher, também precisamos saber o que acontece no dia a dia do nosso pequeno, na sua vida social da qual já não fazemos mais parte.

    Pois é, vim compartilhar com vocês uma dica bem legal que vi, acreditem, num filme! Deu certo comigo e se seu filho também é desses que falam pelos cotovelos, mas não contam o que você pergunta, pode funcionar para você.

    Descobri que minha pergunta estava errada, ou melhor, não estava atraente para uma criança de seis anos. Em vez disso, resolvi testar a indagação que a mãe fez ao seu filho no filme: "qual a melhor coisa que lhe aconteceu hoje na escola?". Em seguida: "qual a pior coisa que lhe aconteceu hoje na escola". Bingo! Recebi as respostas que queria!

    Impressionante como a conversa fluiu de maneira tão espontânea. Fiquei sabendo, por exemplo, que ele ficou de castigo na hora do recreio porque se pendurou num local perigoso; ou que o  melhor acontecimento daquele dia foi o amiguinho Marcos ter voltado para escola, depois de alguns dias doente em casa.

    Fiquei tão empolgada que comecei a fazer a "pergunta chave" todos os dias! Agora, se você quiser saber o nome do filme que me ensinou a puxar um bom papo com meu filho, vou dizer que não tenho a menor ideia! Mas a lição é: não subestime a simplicidade, até de um bobo desenho animado dá para aprender alguma coisa!

    Beijos,
    Adri.